quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tarefa 15

Alô todos.

Esta é nossa última tarefa. Enviei as instruções para a lista.

Postem suas perguntas aqui, nos comentários, e vamos promover uma última discussão sobre o tema proposto.

Abraço,

16 comentários:

Ivana Millán disse...

Sobre Monografia, o texto diz:

"estudo pormenorizado e que tem a pretensão de cuidar de um tema considerado pouco explorado, ou inexplorado, em condições que venham qualificar tal assunto como completo".

Sempre escutei da parte de alguns professores várias discussões relacionadas à originalidade dos TCCs. Certa vez, uma professora disse que sempre o que escrevemos é original, que é sempre a "nossa voz" atuando sobre o texto. Em contrapartida, escutei de um professor de TCC que todos os trabalhos são as vozes de outros, ou seja, nunca é apenas você, nunca o texto é autenticamente seu, originalíssimo, que deve haver o equilíbrio sobre a sua leitura do que foi dito por outros.

Gostaria de saber como podemos medir esse "equilíbrio". Como posso ter certeza de que o meu texto respeita as duas opiniões, a minha visão e a do autor? Seria uma espécie de "grande resenha"? Seria reescrever todas as impressões do autor sobre o tema?

Na minha monografia tentei equilibrar minhas impressões sobre a escrita dos autores pesquisados e escrevi algumas releituras, algumas impressões, parafraseando-os.

Bom, espero a resposta e os comentários.

camilla disse...

Sobre monografia o texto diz:

"Numa monografia, dissertação ou tese, é comum nos referirmos à necessidade de se ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão bem destacados, em forma de um ou mais capítulos. O número de capítulos e subseções será determinado pela necessidade ao redigir, mas uma boa indicação é dedicar 20% dos elementos textuais à introdução, 70% ao desenvolvimento, e 10% à conclusão"


SE nessa divisão dedicarmos por exemplo 20% a conclusão e 10% a introdução o trabalho perde a qualidade?

*Deiviane* disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
*Deiviane* disse...

Ivana, várias vezes escutei a mesma coisa sobre a "nossa forma de escrever". O que me explicaram é que nada nos pertence, tudo é cópia, seja de um livro lido ha 10 anos atras, seja de uma palestra assistida ontem. Nós guardamos pequenos fragmentos que transcrevemos em um texto ou em uma resposta qualquer. ( aí Zé, aprendi certo ou me expolicaram errado)

Minhas dúvidas-----

Na dissertação pode existir um tema original ou somente na tese?

Pode parafrasear a "fala" de alguém?

ELVIS EDUARDO disse...

A princípio é muito apreciável, culto e meticuloso todo trabalho acadêmico como tese, monografia, dissertação. Porém Zé, eu tenho um questionamento. Qual o destino final desses trabalhos? Qual a real importância e aplicação? Alguém se beneficia com essa arte? Uma vez li que o significado da palavra “ata” deveria ser “um conjunto de medidas que devem ser imediatamente executadas” ao invés de “registro escrito em que se relata o ocorrido numa sessão, congresso, etc.” Esses trabalhos acadêmicos não deveriam ter o mesmo fim?

carol disse...

Bom eu não tenho pergunta, mas vou compartilhar um ponto que me chamou basante atenção foi a diferença entre monografia, dissertação e tese. Segundo o texto "[...] uma monografia fará uso de uma pesquisa bibliográfica com menos títulos, uma dissertação, e mais ainda uma tese, fará uso de muito mais títulos; uma monografia normalmente trata de um só tema, ao passo que uma dissertação ou tese tratará de um tema central e outros interligados; os elementos textuais de uma monografia em geral são mais curtos, o que faz com que o trabalho final contenha menos páginas, mas uma dissertação ou tese precisará tratar seus elementos textuais em mais profundidade, com maior número de exemplos, fatos, citações, informações, o que acarretará um trabalho final com maior número de páginas. É comum se exigir que uma tese tenha caráter original, ou seja, que o estudo desenvolvido seja inédito."
É meio óbvio mas só depois da leitura é que fui prestar mais atenção nessas diferenças.
Gostei muito do texto, foi bem esclarecedor!!!

Unknown disse...

Bom, minha dúvida é sobre o trabalho de conclusão de curso que de acordo com o texto: "Normalmente, nos cursos de graduação, exige-se, como condição para a conclusão do curso, um Trabalho de conclusão de curso. A rigor, este termo não descreve especificamente um tipo de texto, visto que um trabalho de conclusão de curso pode ser um artigo científico, um ensaio, um paper, um relatório ou uma monografia." Então se o aluno optar por redigir um artigo científico ou um paper, estes trabalhos seriam válidos como trabalho de conclusão de curso, no caso, para o curso de letras? E haveria também uma defesa diante de uma banca examinadora? E outra dúvida, existe alguma outra condição para a conclusão do curso de graduação, em alguma Instituição no Brasil, diferente do trabalho de conclusão de curso como monografia, artigo, relatório?

roberta disse...

Um dos mais comuns é a monografia. Trata-se de um “estudo pormenorizado e que tem a pretensão de cuidar de um tema considerado pouco explorado, ou inexplorado, em condições que venham qualificar tal assunto como completo”. (p. 146) Como se pode depreender da composição do nome, em princípio é o estudo de um único tema (mono). Em geral, não há exigência de originalidade.

Não entendi o final,eu pensei que monografia tivesse que ser mais original possível,pode explicar melhor?

José M. da Silva disse...

Alô.

Que bom que vocês ainda estão ligados no curso. Mas está acabando.

Uma observação: esqueci de colocar no texto, mas as páginas das citações sobre esta tarefa são do mesmo livro que venho utilizando:

VELOSO, Waldir de Pinho. Como redigir trabalhos científicos. São Paulo, IOB Thomson, 2005.

Vou postar abaixo as respostas às perguntas feitas até o momento, e fiquem à vontade para continuar a discussão ou continuar perguntando, especialmente se eu não for claro nas respostas.

Ivana

Bela pergunta. Sei que vai parecer que ficarei "em cima do muro" com minha resposta, mas vamos lá.

Uma coisa é o que dizem as "regras" ou a praxe do discurso acadêmico. Outra coisa é o que uma determinada instituição ou publicação, ou até mesmo um orientador afirma e/ou exige.

Se você pesquisar a literatura sobre a redação de trabalhos acadêmicos, o único que exigirá o caráter da originalidade é a tese de doutorado. A monografia e a dissertação de mestrado, EM PRINCÍPIO, não exigem originalidade.

Agora, pode ser que uma dada universidade, ou um determinado orientador dentro da faculdade, exija originalidade dentro de um paper...

O que você aponta sobre a "nossa voz" é claramente um modo de ver as coisas, que não tem nada a ver com, por exemplo, as normas da ABNT; é uma interpretação mais subjetiva do assunto.

No que diz respeito ao que você menciona como "equilíbrio", quem decidirá sempre o que fazer é o/a orientador/a. Ele/Ela é que sabe das normas da instituição, ou tem autonomia para decidir o que deve ser feito.

Respondi?

Camilla

Boa pergunta também. Devo ressaltar que as porcentagens mencionadas são meras sugestões. Mas quanto ao que você se refere especificamente, a resposta é não: não perde a qualidade.

Na verdade, tudo dependerá do trabalho e da pesquisa desenvolvida. Em geral, por razões óbvias, uma introdução será mais longa que uma conclusão. A introdução vai apresentar o tema, o trabalho... enquanto que a conclusão revisita alguns itens já discutidos no trabalho e apresenta as conclusões finais. No entanto, a divisão em termos de quantidade dependerá muito do trabalho.

O que não deve ocorrer, se possível, é, por exemplo, uma introdução de duas páginas, um desenvolvimento de 20 páginas, e uma conclusão de 10 páginas. Coisas muito extremas assim não são aconselháveis. De resto, um/a orientador/a saberá aconselhar quanto à dosagem do material de cada parte.

Ajudou?

Deiviane

Deiviane, primeiramente seu comentário à Ivana e a mim:

"(...) nada nos pertence, tudo é cópia, seja de um livro lido ha 10 anos atras, seja de uma palestra assistida ontem. Nós guardamos pequenos fragmentos que transcrevemos em um texto ou em uma resposta qualquer. ( aí Zé, aprendi certo ou me expolicaram errado)"

Bem, esta é uma interpretação filosófica da coisa. Não posso dizer que está certa ou errada; é somente uma maneira de ver os fatos. Algumas pessoas vão concordar com essa visão e outras irão discordar. Vai depender muito da prática dessa pessoa, da experiência que ela tem e de sua visão de mundo e até da produção do conhecimento.

Agora sua pergunta:

"Na dissertação pode existir um tema original ou somente na tese? Pode parafrasear a "fala" de alguém?"

Bem, como já disse acima, essa questão de originalidade pode variar de acordo com a instituição ou o/a orientador/a, mas em princípio, a EXIGÊNCIA de originalidade, no Brasil, é só na tese de doutorado (embora nem aí a coisa seja muito respeitada; conheço autores de teses nada originais...). Agora, numa monografia e numa dissertação de mestrado, mesmo que não se exija a originalidade, é claro que PODE existir... Aliás, é sempre bom ser original... quando é possível.

Não entendi o que você quis dizer com "Pode parafrasear a "fala" de alguém?" Você está falando no corpo do trabalho, como numa citação? Se for isso, pode sim, sempre. Alternamos citações diretas com paráfrases, sempre reconhecendo a fonte e a autoria. Ou você está falando em termos de tema? Se for isso, também é possível. Podemos retomar o tema de alguém e desenvolvê-lo de outra forma, aprofundarmos o que já foi escrito, criticá-lo, defendê-lo com outras abordagens e/ou fatos... tudo é possível. E isto pode até configurar a ORIGINALIDADE para uma tese, visto que estamos sendo originais em relação à idéia de outra pessoa.

Melhorou?

Elvis

Boa pergunta, Elvis; e acredito que muita gente aqui tenha o mesmo questionamento.

Em geral, os trabalhos acadêmicos se destinam a uma determinada comunidade científica. Imagine por exemplo a medicina, com suas divisões e subdivisões, suas especialidades, suas técnicas cirúrgicas, as novas descobertas da biologia, as novas tecnologias... Os pesquisadores que escrevem trabalhos acadêmicos estão contribuindo para que os demais tenham fontes de consulta disponíveis a todas as especialidades, pois não podemos saber tudo, conhecer tudo, nem ser especialistas em tudo. Os trabalhos acadêmicos em geral ficam no que chamamos "bancos de tese", à disposição de pessoas da área e de especialistas de outra área.

Você pode, por exemplo, ser um jornalista que está escrevendo sobre a Revolução Francesa. Provavelmente, você encontrará muitas informações precisas e confiáveis para seu artigo jornalístico numa monografia, dissertação ou tese que alguém já produziu sobre o tema.

Além disso, por tudo que já vimos aqui, os trabalhos científicos contêm informações confiáveis (por isso essas exigências que tenho feito aqui, nos mínimos detalhes), o que os torna a fonte de pesquisa primária e principal para qualquer outro trabalho. No que você confiaria mais: numa tese de doutorado sobre as forças armadas ou num blog de um militar?

Ajudei?

Caroline

Muito bom o que você disse: "É meio óbvio mas só depois da leitura é que fui prestar mais atenção nessas diferenças."

É verdade. Embora circulemos num meio acadêmico, às vezes a "ficha só cai" depois de ler uma coisa mais simples. E é por isso que eu bato sempre na mesma tecla aqui, para lermos tudo que circula na lista, os textos, os comentários dos colegas... às vezes um simples comentário fará toda a diferença.

Isis

Wow, estamos cheios de boas perguntas aqui. Isso é muito bom. Vamos lá.

Você pergunta: "Então se o aluno optar por redigir um artigo científico ou um paper, estes trabalhos seriam válidos como trabalho de conclusão de curso, no caso, para o curso de letras?"

Bem, neste caso, não é o aluno que decide. É a instituição, ou no máximo o/a orientador/a. Mas uma vez decidido, sim, seriam válidos. Por exemplo, o ISAT exige, atualmente, uma monografia, mas poderia ser um artigo acadêmico...

Você pergunta: "E haveria também uma defesa diante de uma banca examinadora?"

De novo, isso dependerá da instituição. Um exemplo: fiz um curso de pós-graduação a distância pela UFJF, que tinha cinco encontros presenciais agendados, ao longo de um ano, que era a duração do curso. As normas de lá diziam que se eu fosse a pelo menos três dos encontros presenciais, eu poderia enviar minha monografia de conclusão de curso por e-mail, sem defesa perante uma banca; se eu tivesse zero, uma ou duas presenças nos encontros, eu precisaria estar lá fisicamente para defender meu trabalho.

Sua outra dúvida: "E outra dúvida, existe alguma outra condição para a conclusão do curso de graduação, em alguma Instituição no Brasil, diferente do trabalho de conclusão de curso como monografia, artigo, relatório?"

Não posso afirmar isso, mas acho que sim. O ISAT, por exemplo, já cogitou de trocar a monografia por um artigo acadêmico. Eu fui contra...:-)

Esclareci?

Roberta

Você diz: "eu pensei que monografia tivesse que ser mais original possível".

Não. Segundo a prática acadêmica, a monografia é o trabalho que exige menos em termos de originalidade. Por quê? Não sei ao certo, mas acho que posso arriscar um palpite: numa graduação, ou seja, após concluir um curso universitário, o aluno ainda talvez não tenha experiência e conhecimento suficiente para um trabalho mais aprofundado, especialmente se tiver de ser original. Já num mestrado e/ou doutorado, com a maior experiência adquirida, isso ficaria mais fácil.

Respondi?

Bem, estou gostando muito das perguntas. As pessoas a quem eu respondi podem continuar a discussão. E estamos aguardando nossos demais colegas.

Abraço,

camilla disse...

obridada Zé minha dúvida foi esclarecida.......

ELVIS EDUARDO disse...

Me ajudou muito. Valeu!

Ivana Millán disse...

ok, obrigada.
mas eu falava do conteúdo do texto...

Unknown disse...

"uma monografia normalmente trata de um só tema, ao passo que uma dissertação ou tese tratará de um tema central e outros interligados;"

Minha dúvida não é sobre o texto em si e sim sobre o meu projeto: quando li a passagem supracitada pensei no meu projeto e percebi que além de abordar o conceito de metaficção historiográfica e relacioná-lo a uma obra, também falo de identidade cultural.

Zé, será que há no meu projeto um tema central e outro periférico? você poderia discorrer um pouco mais sobre essa divisão?

Unknown disse...

Alicia
O que o texto quer dizer quando afirma que a introdução é recheada de "amplo estudo"?

Danielle disse...

Zé, queria saber por que você foi contra a troca da monografia por um artigo acadêmico como trabalho de conclusão de curso no ISAT?

A exigência da originalidade é uma das diferenças entre uma dissertação e uma tese, gostaria de saber quais são as outras?

Abraços

José M. da Silva disse...

Alô todos.

Vamos a mais algumas respostas.

Ivana

Eu também estava falando do texto... Ou então não entendi sua pergunta. Quer explicar melhor?

Flavio

Já conversamos sobre isso em nosso encontro presencial, mas para que os demais possam participar, respondo aqui resumidamente.

Estas coisas não são engessadas. Em princípio, uma monografia, sim, vai abordar um único tema, mas muitas vezes é necessário discorrer sobre alguns temas em paralelo, como você diz ser o seu caso. Mas vale então a questão da ênfase: o peso maior estará em um só tema; os demais receberão aprofundamento menor. Isso também ocorre devido ao tamanho: esperam-se umas 20 a 30 páginas de uma monografia, o que não daria para tratar de diversos temas ao mesmo tempo, com razoável profundidade.

Alicia

Para ficar mais claro, vou resgatar toda a citação original:

“Normalmente a introdução é uma reescrita do projeto de pesquisa. Mas, muito mais denso porque recheado de amplo estudo, leitura e tempo dedicados à busca dos elementos que estão contidos no desenvolvimento do texto final.”

O que se está dizendo aqui é que a introdução de um trabalho científico vai ser um desenvolvimento natural do projeto de pesquisa que normalmente é feito antes. Só que esta introdução, por já ser a monografia propriamente dita, será acrescida de mais dados, fatos, citações, enfim, será mais recheada, pois já é parte integrante do trabalho final. O projeto só apresenta o trabalho a ser desenvolvido, por isso tem "menos recheio".

Danielle

Respondendo suas duas perguntas...

1. Bem, na verdade, cada universidade opta por um trabalho de conclusão de curso, como já foi dito aqui. No caso do ISAT, optou-se por uma monografia (desde antes de eu chegar). Em algumas conversas informais, cogitou-se de trocar por um artigo acadêmico ou outro trabalho qualquer. Não tive muita influência nisso, mas minha opinião pessoal é a favor da monografia, pois acho que os alunos precisam ficar bem preparados para uma pós-graduação, um mestrado ou um doutorado. Penso que uma monografia, por exigir um pouco mais de aprofundamento e pesquisa, vai preparar os alunos melhor. Só isso.

2. Na verdade, só mesmo o grau de aprofundamento e de complexidade. Há uma gradação nisso: monografia, dissertação e tese; o anterior sempre com menor complexidade que o posterior. Uma tese vai exigir mais pesquisa, mais dados, mais reflexão, mais texto provavelmente, mais páginas, e por isso tem mais tempo para ser escrita. Esta é a diferença básica.

Satisfiz a todos?

Bem, estou aguardando as demais perguntas, se bem que acho que todos já estão em ritmo de férias...:-)

Abraço,